Encontre o equilíbrio
Chenedu Oranye
A família é fundamental para os africanos, quem somos e como existimos. Se não tivermos família, não somos um povo. As nossas famílias nucleares e alargadas estão interligadas e esta rede muitas vezes determina as decisões que tomamos. A família em África existe para apoiar as unidades individuais e construir uma identidade comunitária. Não somos africanos se não nos identificarmos como africanos, e não podemos ser africanos fora da estrutura de apoio familiar.
Em primeiro lugar, Jesus prepara o terreno ao exigir lealdade absoluta a todos os que O seguem e O servem, incluindo os africanos. Em Mateus 10:37, Ele diz: “Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim não é digno de Mim. E quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim”. Como africanos, temos de lutar com esta realidade. Não podemos deixar que as nossas responsabilidades com a família nos privem do privilégio e da oportunidade de servir Jesus, especialmente quando a África se tornou uma importante força de envio em missões globais. Falharemos o nosso mandato se deixarmos que as tradições familiares que tanto valorizamos se sobreponham às ordens claras de Jesus de “ir e fazer discípulos”. Seguir Jesus terá impacto na família e, por vezes, como africanos, pode exigir a tomada de decisões duras que parecem afastar-nos das nossas raízes. Mas, a obediência a Cristo é a nossa primeira prioridade.
Por outro lado, Jesus diz aos fariseus, em Mateus 15, 5-6: “… vós dizeis: ‘Quem disser ao pai ou à mãe: “Qualquer lucro que tenhais recebido de mim é um presente a Deus – não precisa de honrar o pai ou a mãe”’…. com a vossa tradição, invalidastes o mandamento de Deus.’” Aqui, Jesus afirma a importância de honrar a família. Ele desaprovou a falsa presunção de que a espiritualidade contradiz o compromisso com a vida familiar. Jesus deixou claro que não honrar a família era, de facto, desobedecer ao mandamento de Deus. As missões modernas ensinaram-nos, infelizmente, que renunciar à família era um pré-requisito para servir Deus; assim, muitos jovens africanos abandonaram imprudentemente as suas responsabilidades familiares na busca de salvar nações. Esta resposta individualista e egoísta fez com que muitas famílias africanas se sentissem antagónicas em relação a Jesus e à Sua vocação. Então, como é que conciliamos estas duas posições? Como africanos, temos de encontrar o equilíbrio entre seguir Jesus, servir em missões e honrar a família. Embora chamados a dar as nossas vidas para seguir Jesus, devemos permanecer intencionalmente comprometidos com as nossas famílias. Nunca devemos abandonar a nossa responsabilidade de caminhar com elas e de as apoiar. A nossa expressão da lealdade á Jesus não deve romper os laços com as nossas redes familiares.
Nesta edição do AfrÍDE, siga a jornada do Reagan, da oposição da sua família ao seu chamado missionário até finalmente à aceitação e apoio deles. O artigo da Perspectiva apresenta uma solução africana para o dilema missionário-família. Que esta edição de AfrÍDE ajude os missionários e as suas famílias a compreenderemse e a apoiarem-se mutuamente, e inspire o Corpo de Cristo a apoiar os missionários e as suas famílias de formas muito práticas.
O Dr. Chinedu Oranye é um professor de Bíblia nigeriano, autor, mentor de liderança, e pastor. O seu ministério levou-o a mais de 30 países, partilhando e comunicando o Evangelho de Cristo de amor, redenção e fé para os perdidos e à Igreja. Ele serve no Calvary Ministries (CAPRO) e a Haggai International. É casado a com Taiwo e têm três filhos. chinedu.oranye@gmail.com.
O Dr. Chinedu Oranye é um professor de Bíblia nigeriano, autor, mentor de liderança, e pastor. O seu ministério levou-o a mais de 30 países, partilhando e comunicando o Evangelho de Cristo de amor, redenção e fé para os perdidos e à Igreja. Ele serve no Calvary Ministries (CAPRO) e a Haggai International. É casado a com Taiwo e têm três filhos. chinedu.oranye@gmail.com.