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Stephen continua a história dos missionários Tangale

4.3 StephenStephen Nitte parece completamente à vontade em meio ao equipamento de laboratório do Partners in Hope Medical Center, no Malawi, na África Austral. A sua expressão mais natural é um grande sorriso. Missionário da Nigéria, as suas qualificações em ciências laboratoriais médicas prepararam-no para esta vocação, mas a sua consciência daqueles que vivem e morrem sem Cristo obriga-o a levar as suas competências além-fronteiras.

À primeira vista, Stephen, um Tangale do nordeste da Nigéria, pode parecer um pioneiro, forjando um novo caminho da sua cidade natal de Tal, no estado de Gombe, para se tornar num missionário transcultural. Mas a história de Stephen é simplesmente o capítulo mais recente de uma história de missões entre os Tangale que remota, não a 20 ou 30 anos, mas a um século inteiro, ao tempo em que o Evangelho chegou pela primeira vez.

O primeiro Tangale a depositar a sua fé em Jesus foi um homem chamado Karga, um órfão que entrava sorrateiramente no complexo da missão e logo ensinou a sua língua aos missionários. Karga entregou a sua vida a Cristo em 1919 e foi baptizado no ano seguinte. Ele foi o primeiro a matricular-se e a formar-se em aulas de alfabetização e a tornar-se professor.

O missionário Harry Harling descreve a devoção de Karga: “Fiel e diligente, ele continuou as suas caminhadas diárias para Billiri, suportando o calor do sol ao meio-dia, indiferente à mordida de cobras mortais que espreitavam ao longo do caminho, ao expor os seus pés descalços, enquanto percorria o caminho de casa depois de escurecer. Logo, um grande grupo estava sentado aos seus pés, aprendendo a ler e ouvindo as maravilhosas novas da palavra de Deus.”

As pequenas igrejas que começaram a surgir na terra de Tangale na década de 1920 eram voltadas para missões desde o início. Reuben Goje Maiture, historiador e professor de Estudos Religiosos Cristãos na Universidade Ahmadu Bello em Zaria, Nigéria, escreve: “A SIM ensinou aos convertidos os princípios bíblicos de que todo ‘convertido é uma testemunha’. Percebendo isso, os convertidos tornaram-se evangelistas por excelência e, em pouco tempo, transformaram a sociedade de Tangale. Todos os diplomados das aulas de alfabetização eventualmente foram preparados e enviados para serem professores e evangelistas.”

O apelo dos missionários ocidentais para mais evangelistas resultou em novos missionários a oferecerem seus serviços para abrir campos no norte da Nigéria. As áreas nos emirados muçulmanos eram muitas vezes demasiado hostis à entrada de estrangeiros, muito menos considerar a criação de dispensários ou escolas. Não obstante a isso, os Tangale entraram facilmente, como “a lagartixa que se pode apanhar com as mãos, contudo, anda nos palácios dos reis.” (Provérbios 30:28).

O missionário Gordon Beacham registou em 1940 que “além de uma equipa de cem trabalhadores nativos auto-sustentáveis”, a igreja de Tangale enviou vinte ‘missionários estrangeiros’ para tribos Muçulmanas e pagãs para outras partes do país”.

A Sociedade Missionária Africana (African Mission Society), agora conhecida como Sociedade de Missões Evangélicas (Evangelical Missions Society – EMS), foi fundada em 1948 e hoje conta com uma das maiores forças de trabalho de qualquer agência missionária africana. Em 1963, mais de um terço dos missionários da EMS era Tangale.

Hoje, os Tangale ainda “vão para o norte” por intermédio de Stephen, que está de volta em casa e se prepara para a sua próxima missão: Hospital Galmi (Galmi Hospital), República do Níger. As comunidades ao redor de Galmi são predominantemente muçulmanas Hausa e Fulani, tal como as comunidades em que há um século os Tangale entraram em Gombe, Borno, Kano e Sokoto.

Será que o Stephen está a traçar um novo caminho ou simplesmente a seguir um antigo? Ambos. Cada geração e pessoa forja um novo caminho em obediência Àquele que os chama para um determinado propósito. No entanto, o caminho tão-pouco é inteiramente novo.

A história de Stephen começa com Karga, o primeiro convertido e missionário Tangale. Depois dele, muitos crentes piedosos levaram o Evangelho, entre eles Sombo Buruk e Alkali Tal. Hoje, Stephen dá seguimento a história.

FONTES:

  • SIM and the Tangale Factor in the Christianization of the Hausa of Northern Nigeria, 1915-1976. Rev. Dr. Reuben Goje Maiture. Published in “Transforming Africa’s Religious Landscapes” Africa World Press, 2018.
  • “The Story of Billiri” The Sudan Witness, Jan-Feb 1938, Harry Harling
  • A Grain of Mustard Seed, The Sudan Witness, Nov-Dec 1940, Charles Gordon Beacham.
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